domingo, 31 de maio de 2009

Voltando aos absurdos

Mulher: E então doutor, o senhor acha que isso pode ser normal?
Paciente: Eu não entendo toda essa situação, porque simplesmente não me deixam ir pra casa colocar o meu pijama?
Mulher: Papai, o senhor está completamente fora de si.
Paciente: Meu bem, eu realmente não sei quem você é, mas se me deixar sair desta sala eu posso considerar a hipótese de registrá-la.
Médico: Calma, minha senhora, vamos nos acalmar por um momento.
Paciente: Isto está me cheirando a antissemitismo.
Mulher: Pelo amor de Deus, papai, o senhor não é judeu, o senhor não é escritor e o senhor não é Woody Allen. Ah, a propósito, o senhor é ajudante de pedreiro e é negro.
Paciente: Deus é um conceito abstrato em muitas culturas, mas ultimamente eu tenho feito coro com os que crêem que ele simplesmente tirou umas férias disso tudo.
Médico: Minha senhora, eu não sou um especialista, mas se não fechar essa matraca não poderei ouvir este homem, nem ajudá-los.
Mulher: Eu me recuso a compor essa hitória de malucos. Que diabos de autor é esse?
Paciente: Parece-me que ele, ou devo dizer ela, está buscando uma espécie de alusão com a obra de Woody Allen e projetando em mim essa fantasia.
Médico: Ouçam, eu sou o médico e essa fala seria muito mais pertinente a mim.
Mulher: Desse jeito não chegaremos a lugar nenhum.
Médico: Qual é afinal o seu problema, meu senhor?
Paciente: Estou muito bem, como personagem fruto de uma blogueira, só que depois de anos trabalhando com minhas habilidade manuais resolvi dar a vazão a certos acontecimentos que sempre me acompanharam... entenda, eu incorporo Woody Allen.
Médico: Mas Woody Allen está vivo, você não pode incorporar alguém que está vivo.
Paciente: Isto é uma licença poética, além do mais isso só acontece em dias ímpares.
Médico: Mas é hoje é um dia par.
Paciente: Sim, mas obviamente eu não me ligo muito em calendários, datas, acho que são apenas convenções.
Mulher: O senhor entende com o que eu tenho que lidar?
Médico: Bom, parece que o grau de alucianação do seu pai é sem proporções... talvez para demovê-lo da idéia de que é Woody seja necessário confrotá-lo com o verdadeiro.
Paciente: Vocês terão que ver isso com o meu agente. Mas acho desnecessário toda essa mobilização para resolver um problema que foi criado por uma escritora amadora.
Mulher: Bom, nesse ponto papai está certo... e são quase 12horas.
Médico: Eu não posso perder minha hora de almoço, tenho certeza que quando fizer isso darei início a uma úlcera.
Paciente: Porque não vamos todos embora desta página? Há uma excelente padaria lá no centro. Mulher: Por mim tudo bem.
Médico: Ótimo, deixem só eu pegar minha maleta.

Tentando fugir da prosa

Desdisse
Meu bem, eu realmente não ando muito bem
Você me disse: acabou
Eu quis morrer e te matar
Com todos os teus vícios e caprichos
Eu quis você de volta
Porque quando você diz adeus eu só consigo entender até logo
Você me machuca e eu digo que é por amor
Então, hoje eu te odeio um pouco menos
Meu bem, não volte pra aqui ou eu vou te amar pra sempre
Isso não deve ser muito saudável mas o problema é meu
Você bem longe e eu em outro lugar
É assim que funciona
Meu bem, eu realmente não vou muito bem
É melhor você me amar ou vai se ver com você