terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Vagalumes

E quando você perde o ônibus pra casa, porque já não consegue ler o letreiro do itinerário depois das 7 da noite, vem a recompensadora visão dos pontinhos de luz salpicando a noite. Os postes, a iluminação urbana entre a Esplanada e a Rodoviária, onde você vai ser abordado pelos tipos mais estranhos e fazer aquela cara de paisagem, me dão uma sensação de saudade gostosa.

Sempre tive fixação por essa luz artificial usada nas ruas, que às vezes é amarela, mas também pode ser branca.

Em Macapá, do segundo andar da casa da minha vó, em frente praça Zagury, eu podia ver os bicos de luz incandescentes nas barraquinhas de batata frita e cerveja. Do alto, apertava os olhos até quase não ter visibilidade e as luzes se uniam num borrão.

Em Belém, do sexto andar do edifício Peixoto, eu olhava era para o alto. Ficava horas na janela olhando as luzes nos outros prédios. Em Macapá a cidade não crescia para cima. E, aos meus olhos, Belém era tão esticada pra cima que me dava vertigem e muita curiosidade.

Aqui, em Brasília, eles ficam na altura dos meus olhos. Os pontos de luz estão por todos os lados, mas próximos o suficientes para me fazerem crer que a qualquer momento se darão as mãos.


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